Influência da corrente elétrica em revestimento e aço inoxidável super austenítico por meio do processo GTAW

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Resumo

A soldagem GTAW (Gas Tungsten Arc Welding), mais conhecida como TIG (Tungsten Inert Gas), é um método de soldagem a arco que utiliza um eletrodo de tungstênio não consumível para produzir a solda. O arco é responsável pela fusão do metal base e, quando necessário, um metal de enchimento é incorporado para formar a junção de solda. Para proteger todo o processo de contaminação atmosférica, um gás inerte, geralmente argônio ou hélio, é usado para circundar o eletrodo e a poça de fusão [1]. Este processo é usado nas indústrias aeronáutica e aeroespacial, automotiva, médica, de alimentos e bebidas, construção naval e artesanato e joalheria, em diferentes aplicações. As vantagens do seu uso estão: na alta qualidade da solda, na sua limpeza e na ausência de imperfeições e respingos; na versatilidade, podendo soldar materiais como: aço inoxidável, alumínio, magnésio, cobre, titânio e outros metais não ferrosos; na precisão da solda no controle da entrada de calor e na adição de material; na ausência de contaminação com a atmosfera em função da utilização do gás inerte ao redor do processo [1]. Algumas fontes citam a minimização de respingos e melhor acabamento de cordão de solda [2]. No entanto, tem a desvantagem de ser um processo lento e de depositar uma pequena quantidade de metal, quando comparado a outros processos de soldagem [2]. No processo de soldagem GTAW o controle da corrente elétrica é um aspecto crucial que influencia diretamente a qualidade e a precisão da solda [3]. Descreve-se a seguir alguns aspectos importantes desse parâmetro: controle e estabilidade do arco, pois quando o arco obtido possui estabilidade, obtém-se uma penetração uniforme do revestimento; controle da entrada de calor, pois isso se torna importante ao trabalhar com materiais finos ou metais sensíveis ao calor, visto que o calor excessivo pode causar empenamento, distorção ou até mesmo perfuração; controle da fluidez da poça de fusão, limitando o escoamento e garantindo a aderência; controle de corrente evita o sobreaquecimento do eletrodo de tungstênio, garantido a durabilidade do equipamento [4]. O cladding é um método de revestimento que consiste na aplicação de uma camada de material sobre a superfície de um substrato. O objetivo dessa técnica é aprimorar características como resistência à corrosão e ao desgaste, além de conferir outras propriedades desejáveis, sem afetar a integridade do metal-base. Este processo é amplamente adotado em indústrias que também fazem uso da soldagem GTAW [5]. Diversos estudos foram conduzidos com o objetivo de aprimorar a desempenho desta técnica, explorando a variação do valor da corrente elétrica aplicada e o tempo de processamento da solda [2]-[3]-[6]. Nesses casos, um dispositivo de aquisição de dados foi integrado ao experimento para facilitar o trabalho. O controle da corrente elétrica surge como um fator crucial, dada sua influência direta na qualidade e precisão da solda [7]. Alguns aspectos deste parâmetro são especialmente importantes: controle e estabilidade do arco, já que um arco estável resulta em uma penetração uniforme do revestimento; controle da entrada de calor, que é fundamental ao lidar com materiais finos ou metais sensíveis ao calor, uma vez que o calor excessivo pode causar deformações, distorções ou até perfurações; controle da fluidez da poça de fusão, restringindo o escoamento e assegurando a aderência; e o controle de corrente, que evita o superaquecimento do eletrodo de tungstênio, garantindo a longevidade do equipamento [4]. Este projeto consiste em um estudo mais detalhado dos parâmetros de soldagem como temperatura de aquecimento do metal-base, velocidade de recobrimento e temperatura de aquecimento do metal de adição, com o objetivo de aperfeiçoar as propriedades mecânicas do material processado, possibilitando uma ampliação do uso desta técnica. No entanto, não está previsto neste projeto um sistema de aquisição de dados elétricos que registre os valores das grandezas elétricas, como a corrente elétrica, para que estes parâmetros possam ser obtidos com precisão.

Biografia do Autor

Emanuel Augusto Cardozo Pereira, IFSP Campus Itapetininga

Sou estudante do Instituto Federal ,Campus Itapetininga, no qual estou cursando o 3ano do ensino médio integrado a Eletromecânica

Fabio de Oliveira Carvalho, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo

Graduação em Engenharia Elétrica com ênfase em Eletrotécnica pela Faculdade de Engenharia de Sorocaba (2003). Pós-graduação em Gestão Empresarial pela Faculdade de Jaguariúna (2007). Mestrado em Engenharia Mecânica pelo Instituto Federal de São Paulo (2015). Doutorado em Engenharia Elétrica pela Faculdade de Engenharia de Bauru - UNESP (2023). Desenvolve pesquisa sobre os efeitos da inserção da geração fotovoltaica na rede de distribuição. Experiência no setor elétrico desde 1996, atuando na área de construção, manutenção e melhoria em redes elétricas de distribuição. Desenvolveu atividades de Engenharia de Operação do Sistema Elétrico de Potência, planejamento e expansão deste sistema. Atuação como Engenheiro Líder responsável por manutenção e emergência em redes de distribuição de energia e gestão de empreendimentos. Atua desde 2012 como Professor na área de Eletrotécnica e de Automação nos cursos técnicos em Mecânica, Edificações e Eletromecânica, bem como no curso de graduação em Engenharia Mecânica. Foi membro de comissão para elaboração de cursos de Extensão/FIC. Foi membro presidente do Grupo de Gestão Energética (GGE) do Instituto Federal de São Paulo - Campus Itapetininga, com o objetivo de pesquisar formas de como reduzir o gasto com energia elétrica. Atualmente, é membro do Laboratório de Sistemas de Potência e Técnicas Inteligentes (LSISPOTI), é pesquisador do Núcleo de Pesquisa em Soldas Avançadas (NuPeSA) e é membro fundador do Grupo de Pesquisa em Energia e Tecnologia (GPET).

Eli Jorge da Cruz Junior, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo

Professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP) campus Itapetininga. Doutor em Engenharia Mecânica pela Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira - UNESP, Dottore de Ricerca in Ingegneria Industriale (Curriculum ingegneria dei Materiali) pela Università degli Studi de PADOVA - Cotutela (Bolsa Young Professors and Researchers from Latin América - COIMBRA GROUP). Mestre em Engenharia Mecânica pela Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira - UNESP. Graduação em engenharia mecânica pela mesma instituição com período Sandwich na lECOLE NATIONALE dINGENIEURS DE TARBES - FRANÇA (bolsa CAPES). Tem como linha de pesquisa soldagem de aços inoxidáveis.

Referências

[1] Z. Hou et al., “Microstructure and Mechanical Performances of Stainless Steel Cladding by Twin-Electrode GTAW”, Materials Transactions, vol. 62, no 7, p. 995–1000, 2021, doi: 10.2320/matertrans.MT-M2021006.

[2] S. Kanemaru, T. Sasaki, T. Sato, H. Mishima, S. Tashiro, e M. Tanaka, “Study for TIG–MIG hybrid welding process”, Weld World, vol. 58, no 1, p. 11–18, jan. 2014, doi: 10.1007/s40194-013-0090-y.

[3] R. Casanueva, C. Brañas, F. J. Diaz, F. J. Azcondo, D. Ferreño, e J. Setien, “Characterization of an energy efficient pulsed current TIG welding process on AISI 316 and 304 stainless steels”, Heliyon, vol. 9, no 9, set. 2023, doi: 10.1016/j.heliyon.2023.e19819.

[4] Y. Wang, M. Chen, e C. Wu, “High-frequency pulse-modulated square wave AC TIG welding of AA6061-T6 aluminum alloy”, Weld World, vol. 64, no 10, p. 1749–1762, out. 2020, doi: 10.1007/s40194-020-00953-9.

[5] M. Aslam e C. K. Sahoo, “Numerical and experimental investigation for the cladding of AISI 304 stainless steel on mild steel substrate using Gas Metal Arc Welding”, CIRP Journal of Manufacturing Science and Technology, vol. 37, p. 378–387, maio 2022, doi: 10.1016/j.cirpj.2022.02.017.

[6] T. R. Larquer, D. M. de Souza, e R. P. Reis, “Soldagem TIG com Oscilação Magnética Sincronizada”, Soldag. insp., vol. 21, p. 363–378, set. 2016, doi: 10.1590/0104-9224/SI2103.11.

[7] R. D. S. Krüger, “UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL - UNIJUÍ”, 2020.

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Publicado

2025-06-03