O Baobá como recurso pedagógico multidisciplinar

representações e potencialidades na Educação das Relações Étnico-Raciais no Brasil

Autores

Palavras-chave:

Baobá, Interdisciplinaridade, Relações étnico-raciais, Biológicas, Ciências Exatas, Pedagogia

Resumo

Este trabalho investiga o baobá (Adansonia digitata) como um recurso pedagógico multidisciplinar, enfatizando suas representações e potencialidades na educação das relações étnico-raciais no Brasil. Reconhecida como um símbolo de resistência e ancestralidade, a árvore se destaca na cultura afro-brasileira e apresenta relevância nas ciências humanas, exatas e linguísticas. A pesquisa aplica uma abordagem quali-quantitativa, analisando dissertações e teses para mapear as contribuições do baobá em contextos acadêmicos e educativos. Os resultados apontam para um forte interesse em sua utilização em biotecnologia e práticas culturais, evidenciando um diálogo entre conhecimento científico e saberes tradicionais. A valorização do baobá não só enriquece o ensino, mas também promove uma educação antirracista e intercultural, contribuindo para formar educadores e estudantes mais conscientes da diversidade cultural e do legado africano no Brasil. Essa pesquisa se alinha com as diretrizes das Leis nº 10.639/2003 e nº 11.645/2008, que orientam a inclusão da história e cultura afro-brasileira nos currículos escolares. 

Biografia do Autor

Júlia Castro Lemos

Graduanda do curso de Bacharelado em Engenharia de Energias Renováveis, atualmente no 3º semestre. Tem se dedicado ao estudo de fontes de energia renováveis, com ênfase em soluções sustentáveis para a transição energética.

Valquiria Pereira Tenório, Instituto Federal de São Paulo (IFSP) - Campus Matão

Doutora em Sociologia pela UFSCar, com bolsa FAPESP e estágio doutoral na Universidade de Pittsburgh (bolsa CAPES). Mestre e graduada em Ciências Sociais pela UNESP. Professora de Sociologia e Filosofia no Instituto Federal de São Paulo (IFSP), campus Matão. Pesquisadora nas áreas de relações étnico-raciais, memória, história oral e formação de professores para a educação das relações étnico-raciais. Atua em grupos de pesquisa como CLADIN, LEAD e NUPE (Unesp) e é fundadora da Rede de Reflexão e Ação Etnicorracial (RRAE). Tem experiência em coordenação de projetos culturais e cursos de formação financiados pelo PROAC.

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Publicado

2025-06-03