Manejo de capim panicum em consórcio com milho

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Palavras-chave:

Integração Lavoura Pecuária, Consórcio, herbicidas seletivos

Resumo

Introdução: O consórcio entre milho e Panicum tem ganhado relevância crescente no cenário agrícola nacional, configurando-se como uma das principais estratégias de intensificação sustentável da produção. Balbino et al. (2011). A integração de culturas, como milho e forrageiras, é fundamental para o aumento da produtividade e a sustentabilidade dos sistemas agrícolas. Essa prática permite o uso mais eficiente da terra, possibilitando a produção simultânea de grãos e forragem na mesma área e na mesma safra, o que resulta em maior rentabilidade por hectare e diversificação das atividades dentro da propriedade rural. Além do acréscimo na produtividade, o sistema contribui significativamente para a conservação do solo, redução da erosão, aumento da matéria orgânica e melhoria da qualidade física e biológica do solo (Costa et al., 2020). Objetivo) O objetivo deste trabalho foi avaliar o desenvolvimento do milho consorciado com o Panicum, sem a dessecação da forrageira, utilizando diferentes subdoses dos herbicidas tembotrione (Soberan) e mesotrione (Callisto). A prática alinha-se às estratégias de intensificação sustentável da produção, que promovem a produção simultânea de grãos e forragem (Kluthcouski et al., 2000). O Panicum se destaca entre as gramíneas tropicais pela alta produção de biomassa, capacidade de perfilhamento e adaptação a solos ácidos e pobres (Euclides et al., 2010), sendo ideal para sistemas de Integração Lavoura-Pecuária (ILP) e Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF). Além disso, seu sistema radicular profundo melhora a fertilidade e a estrutura do solo (Jank et al., 2011), enquanto como cobertura viva, reduz plantas daninhas, aumenta a retenção de umidade e diminui a amplitude térmica do solo (Machado & Assis, 2010). O consórcio contribui para a mitigação de impactos climáticos, promovendo o sequestro de carbono e a biodiversidade microbiana (Balbino et al., 2011). A adoção crescente desse sistema reflete a busca por soluções que combinam viabilidade econômica e práticas conservacionistas. Porém, o sucesso depende de um manejo eficaz da competição entre as culturas, principalmente no início, e de um planejamento detalhado quanto ao manejo do solo, adubação e controle da forrageira, influenciando a produtividade final do sistema (Costa et al., 2020). O consórcio proporciona benefícios como a melhora da estrutura do solo, maior retenção de umidade, controle natural de plantas daninhas e forragem para pastagem, além de reduzir a necessidade de fertilizantes químicos ao reciclar nutrientes e interagir com bactérias fixadoras de nitrogênio (Mendes et al., 2021). Metodologia) A pesquisa foi conduzida no Instituto Federal de São Paulo – Campus Barretos, em uma área experimental previamente ocupada por Panicum e outras forrageiras, em sistema de plantio direto. O sistema de plantio direto, combinado com culturas consorciadas, é uma estratégia eficaz para conservação do solo e aumento da produtividade. Kluthcouski et al. (2000). O delineamento experimental foi realizado em blocos casualizados, com quatro tratamentos (dose total, 50%, 25% e ausência de herbicida) e cinco repetições. A semeadura do milho ocorreu sobre a palhada do Panicum após roçagem mecânica, que visou reduzir a massa aérea da forrageira, facilitando o plantio e minimizando a competição inicial. As condições climáticas adversas, com uma estiagem prolongada após a adubação de cobertura, impactaram negativamente o desenvolvimento das culturas. A disponibilidade hídrica é, como destacado por Costa et al. (2020), um fator determinante para o sucesso de consórcios agrícolas, especialmente em sistemas que envolvem gramíneas forrageiras tropicais. O estudo teve como objetivo avaliar o desenvolvimento do milho em consórcio com o Panicum, sem a dessecação da forrageira, testando diferentes subdoses dos herbicidas tembotrione (Soberan) e mesotrione (Callisto). Balbino et al. (2011) destacam que o uso de herbicidas em subdoses é uma alternativa sustentável, minimizando impactos ambientais e facilitando o manejo de culturas consorciadas. Embora os herbicidas tenham apresentado eficácia inicial no controle dos perfilhos do Panicum, a rebrota foi intensa em todos os tratamentos, evidenciando sua alta resiliência, competitividade e resistência ao estresse hídrico. Euclides et al. (2010). A forrageira demonstrou vigor mesmo sob estresse hídrico, enquanto o milho teve seu desenvolvimento prejudicado. Esses resultados reforçam a necessidade de um manejo integrado, que combine controle químico, mecânico e estratégico. Machado & Assis (2010).A análise dos dados indica que o plantio do milho antes da dessecação ou controle químico do Panicum é a estratégia mais viável operacionalmente, permitindo uma semeadura mais uniforme e menos afetada pela palhada. Além disso, o uso de cultivares de milho com maior capacidade competitiva e resistência hídrica, aliado a estratégias de controle mecânico da forrageira, pode ser essencial para o sucesso do sistema.Mendes et al. (2021). Outro aspecto relevante é a escolha de cultivares de Panicum específicas, que se destacam pelo elevado potencial de produção de forragem, excelente perfilhamento e adaptação a diferentes condições edafoclimáticas, especialmente ao estresse hídrico. Essas cultivares são ideais para sistemas integrados, devido à sua capacidade de cobrir o solo, promover a ciclagem de nutrientes e formar palhada de qualidade para o plantio direto (Jank et al., 2011). Resultado)Apesar da aplicação dos herbicidas, o Panicum rebrotou intensamente, demonstrando sua resiliência ao estresse hídrico (Euclides et al., 2010). A forrageira se manteve vigorosa enquanto o milho teve seu desenvolvimento comprometido. Os herbicidas controlaram os perfilhos inicialmente, mas não impediram a recuperação do Panicum, sugerindo a necessidade de manejo integrado (Balbino et al., 2011). Plantio do milho antes da dessecação ou controle químico do Panicum mostrou maior viabilidade operacional, e o uso de cultivares de milho resistentes ao estresse hídrico é fundamental (Casagrande et al., 2016). Cultivares específicas de Panicum, adaptadas a diferentes condições, são recomendadas para sistemas integrados (Jank et al., 2011). A seca evidenciou a vulnerabilidade do milho, mas a persistência do Panicum demonstrou seu valor na formação de pastagens perenes (Costa et al., 2020). O consórcio exige planejamento técnico, incluindo escolha de cultivares e manejo integrado de plantas daninhas, com subdoses de herbicidas sendo uma alternativa viável (Mendes et al., 2021). O controle da palhada e o momento adequado para aplicação de herbicidas são cruciais, considerando as condições climáticas e a competição entre as culturas. Conclusão: Os dados evidenciam a importância de considerar fatores climáticos, as características do solo e a dinâmica competitiva entre as culturas ao planejar sistemas consorciados. A seca durante o experimento destacou a vulnerabilidade do milho em comparação à robustez do Panicum, que se mostrou eficiente na formação de pastagens perenes e produtivas (Machado & Assis, 2010; Souza et al., 2015). A adoção do consórcio milho e Panicum requer um planejamento técnico detalhado, com escolha das cultivares, manejo integrado de plantas daninhas e controle da palhada (Cavalcante et al., 2018). A constante avaliação das condições climáticas é essencial, especialmente em regiões sujeitas à estiagem (Silva et al., 2017). O consórcio é uma alternativa promissora para sistemas sustentáveis, se associado ao conhecimento técnico, adaptabilidade operacional e inovação, como sugerem Balbino et al. (2011) e Oliveira e Lima (2019). A combinação de conhecimento técnico e atenção ao ambiente é fundamental para garantir os benefícios agronômicos e econômicos do consórcio milho Panicum (Silveira et al., 2020). Desafios como a escassez hídrica e a forte competição do Panicum recomendam a investigação de diferentes estratégias de manejo, incluindo o uso de reguladores de crescimento e espaçamento alternativo entre linhas (Ferreira et al., 2016). Ferramentas de agricultura de precisão, como sensores de solo e drones, podem ajudar a tomar decisões em tempo real (Lopes et al., 2022). O sucesso do consórcio depende de um manejo técnico adaptado à realidade local, valorizando o conhecimento agronômico e a inovação no campo (Carvalho et al., 2017). Palabras-chave: Integração Lavoura Pecuária; Consórcio; herbicidas seletivos.

Referências

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Publicado

2025-05-28